Terminal

Vais fazer o céu fugir e a Terra desabar.Vais sugar o ar e abrir-me o chão.Vais dar-me um murro no estômago sem fazer curativo. Vais fingir que não é nada e acenar com um abraço finito. Vais matar as cartas e apagar com ácido o código postal. Vais fazer promessas.

Vais.

Não vás.

tic. tac.

Foste o tempo que morreu no relógio e o presente de que o futuro não se vai lembrar.

Anulação.

[Baleal, julho de 2012]

Descomplicas-me. Calas-me quando te falo em dor e anulas-me. Pedi-te que me ferisses e riste-te do absurdo. A miséria não era para ti e eu fiquei com ela toda.