domingo, 5 de outubro de 2014


(Paris, 1 de outubro)

Deixei a vida no quarto. Trouxe o vinho e os cigarros e o papel e a caneta. Deixei-te lá também porque hoje não quero pesadelos.
O chão está encharcado e a alma está cheia. A rua está morta e já não sei se é ela que se ri para mim sou se as palavras escritas fazem eco.
Lá vêm as insónias, com os tanques de guerra carregados. Lá vem a noite branca da chuva demitida, da loucura aplaudida, da cidade que me abraça o coração com promessas de brandura temporária. Não faz sentido. E vou-me arrepender disto amanhã.

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