sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Era janeiro. Disse-lhe que não, com as amarras da cobardia ao pescoço.
Disse-lhe que não tinha força, que era demais. Procurou na gaveta os argumentos que sabia não ter e despediu-se de cabeça baixa, pesada pela vergonha que carrega a falta de coragem.
Ela levantou-se e foi-se embora. Não gritou nem morreu - foi-se só embora com a dor do silêncio.
Os relógios reformaram-se para desfibrilhar o amor. Saiu dali quando a noite caía e quando ela já ia longe e correu com o rio dado à mão direita.
Correu até os pulmões colapsarem, até lhe conseguir agarrar o braço, até lhe sentir a boca, até lhe prometer a eternidade.

Para quê?

Sem comentários:

Enviar um comentário