terça-feira, 20 de agosto de 2019

já não tenho idade para nada, muito menos para isto, fazes a idade escorrer-me pelos cabelos há quase quinze anos. há quase quinze anos que me tiraste cada grão de areia desta praia e cada grama de sal deste mar e cada aresta morna destas rochas. tiraste ou atiraste, nem sei, eram nossos, ainda são? e sempre que aqui venho penso que invocas os deuses em mim. nem sequer sei o que isto é mas também sei que é a mais pura das verdades, não chegando ainda a ser amor, não agora, mas já foi ainda é? continuas a ser a única constante no fundo do meu estômago, o único que fez dele o que quis, com tantas voltas que lhe deu, sem querer saber se eu tinha outro em casa, eras assim um arrastão de vento quente, ainda és? ainda és porque aqui tudo cheira a ti, tudo sabe a ti, tudo soa aos dedos das tuas mãos nas minhas, às escondidas, às revelias da vida. quero-te na minha cama, ainda queres? hoje acordei e amarrei os braços atrás das costas porque foi um esforço titânico não te enviar, depois de cinco anos, olá, onde é que estás? 

Sem comentários:

Enviar um comentário